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24 de agosto de 2010

Regras relativas à observação dos Fatos Sociais (Resenha)

Para Emile Durkheim os fatos sociais são maneiras de agir e pensar fora das consciências individuais, isto é, os fatos sociais são produzidos pela consciência coletiva.
A primeira regra relativa à observação dos fatos sociais e também a regra fundamental é formulada da seguinte maneira: “Tratar os fatos sociais como coisas” os fatos sociais devem ser tratados como coisas porque são os data imediatos da ciência, enquanto as idéias de que os fatos sociais são supostamente os desenvolvimentos, não são diretamente dadas.

Durkheim considerava a reflexão anterior á ciência, porém o homem utiliza a mesma de maneira metódica e a partir desse uno regula sua conduta a partir das noções para compreender as coisas, estas noções, por conseguinte não são substitutos legítimos das coisas, pelo contrário são um véu que se interpõe entre nós e as coisas e as esconde quanto mais acreditamos em sua transparência. Para ele, os conceitos não podem tomar o lugar das coisas, pois isso é uma inclinação natural do homem.

A partir desse ponto segundo Durkheim a sociologia estava tratando exclusivamente de conceitos e não de coisas, estava tomando idéias como objetos de estudo. Essa crítica foi feita aos estudos de Comte que reconheceu o caráter de coisas quando proclamou que os fenômenos sociais são fatos naturais submetidos a leis naturais, mas quando saiu das generalidades filosóficas, tomou idéias como objetos de estudos.
Outra crítica foi feita a Spencer que respeitou o conceito, porém para substituí-lo por outro formado do mesmo modo. De acordo com Durkheim, Spencer teria se deixado levar por noções prévias e não havia observado a coisa em si quando afirmou que uma sociedade só existe quando a justaposição se junta a cooperação. Essa afirmação, no entanto, não é cientificamente legítima a menos que se tenha começado a examinar todas as manifestações da existência coletiva e demonstrado que todas elas são formas diversas da cooperação. Assim sendo o que Spencer definiu não é a sociedade, mas a idéia dela.
Portanto devemos considerar os fatos sociais em si mesmos, é preciso estudá-los de fora como coisas exteriores, pois é deste modo que eles se apresentam, apesar de que os mesmos não tenham todas as características ligadas a coisas, devemos tratá-las como se tivessem, considerando o fenômenos sociais como coisas.
Depois da verdade estabelecida por Durkheim de que os fatos sociais devem ser considerados como coisas, ele estabelece regras pelas quais os fatos sociais seriam alcançados.
A primeira destas regras é: “Devemos afastar sistematicamente todas as prenoções”, pois é necessário que o sociólogo deixe para traz em algum ponto do seu estudo os conceitos que foram formados fora da ciência, ele deve se libertar das falsas evidências que dominam o espírito e se livrar de uma vez por todas do jugo das categorias empíricas.
A segunda regra é: “Nunca tomar por objeto de investigação senão um grupo de fenômenos previamente definidos por certas características exteriores que lhes sejam comuns...”, pois é totalmente indispensável definir o objeto a ser estudado, pois é comum a referência a coisas sem uma definição rigorosa de que se tratam, esta definição deverá compreender sem exceção ou distinção, todos os fenômenos que igualmente apresentem essas mesmas características.
A terceira regra é: “Quando o sociólogo empreende a exploração de uma ordem qualquer dos fatos sociais, deve esforçar-se por considerá-los sob um ângulo em que eles se apresentem isolados da suas manifestações individuais”, pois tanto a ciência quanto o conhecimento vulgar partem da sensação, porém a sensação é facilmente subjetiva, por isso se pode dizer que os fatos sociais são mais possíveis de ser objetivamente representados quanto mais completamente libertos estão dos fatos individuais que os manifestam.

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